— Parou de cantar?
— Essa música é de “Um Amor pra Recordar”, sabe?
— Sei!
— Jura?! Mentira?!
— Sério.
— Essa música é linda.
— Linda mesmo.
— Lindona!
— Parou de cantar por quê?
— Ah… Minha voz… Sabe…
Aí eu comecei a olhar pro céu. Para as nuvens — na verdade — tentando achar um formato nelas ou um significado, sei lá. Só que elas estavam muito juntinhas e eu só via cenas obscenas. Essa última é mentira. Daí que tinha vernissage. Três. E acabei não indo em nenhum e pegando uma chuva escrota linda. E hoje teria uma festa de… O que mesmo, Ju? Como é o nome daquela do nome bonito e reluzente! Pois é, a festa da loja da menina do nome lindo e reluzente. Não é bem uma festa, é um misto de várias coisas. Ipanema — se não me engano. Não quero ir, na verdade. Sou meio anti-social, ficaria calada e, fora o meu medo das pessoas com aquele ar de sou-muito-melhor-que-você. Ontem eu conheci uma menina hiper fofa chamada Natália (não é a fofa da Nathália, é outra, sem ciúmes, hein?) e a Mia! Poxa, a Mia é uma pessoa divertidíssima. E eu vi o Nelson. Uau, muito tempo que não o vejo! E o Fabiano. E a Thamiris, que aliás, eu conheci, não vi nunca mais e, vejam como minha memória é incrível, eu lembrei do nome dela de primeira! E a, hm, a Thaíse! E o teto do banheiro feminino do CCBB está um horror! Onde está aqueles negócio de mandar a opinião? Hein? Banheiro feminino é algo sagrado!
— Raquel, eu, como sujeito macho não sei o que é que tem de mágico no banheiro das mulheres.
— Meu amor, tem sinuca, sofá, dados, massagens eróticas tailandesas…
Falando em massagens, preciso de uma. Ando tensa! Se alguém tocar no meu ombro agora eu dou um grito. Muito tensa. Aí eu lembro da praia, areia fofa, o divã… Massagem na praia, sabe? Isso existe? Ou é coisa da minha cabeça?
Perdi totalmente o foco do que eu queria dizer, eu queria falar sobre o dia de ontem. Vi um cowboy japonês e um pai de família — era um rapaz, com uma bermuda jeans colada e curtinha, de chinelos e com uma camiseta frouxa. E uma garotinha, no máximo 4 anos. Vi ele chamando-a de filha e apertando as bochechas dela. Me derreti. Uma coisa linda! Eu quase fui lá apertar as bochechas dos dois, mas… Não estava impulsiva e eu estava escolhendo os biscoitinhos que eu ia levar.
Fico tão emocionada (emocionada não é palavra) quando eu vejo essas pessoas do acaso que fazem um comentário ao acaso que ao acaso eu li e que ao acaso aparecem em minha vida. Acaso. Será que ele existe? Ou será que o destino existe de verdade? Estou chata com esse papo novamente. Um saco! Desculpa. Um, dois, três. Destino é como Deus: tenho medo de dizer que não acredito e ir pro inferno. É sério isso.
Perdi totalmente o foco do que eu ia dizer! Tenho que pensar um pouco. Ah, sim! Fico muito emocionada (emocionada não é a palavra) quando as pessoas aparecem pra mim. Tipo assim ó, pf!
Estou me sentindo especial, ó, menina sem nome (que não é Marina), te digo uma coisa: eu só sou uma garota fodida na vida que prefere acreditar que pode mudar o mundo.
Eu sempre digo isso. Gosto de dizer isso pra mim pra não acabar sonhando demais. Defeito de INFP é sonhar demais. Ou de menos. Mas é mais de mais mesmo. Você me entende? Tenho dificuldade pra me expressar direito como todas as pessoas diretas e coerentes conseguem. Acho que insegurança. E eu nem sou direta e coerente.
Ó (parte dois), fica tensa não! Nem tem exatamente um por quê disso! Sério, guria. Sério *tom de voz séria*.
Sim, eu sei! As pessoas devem ser felizes e quando elas não são… Poxa, se elas não são felizes elas são umas fodidas (eu)! Não é isso? É sim, você sabe. Mas não é que eu não seja feliz… É que a tristeza e o pessimismo ficam comigo a maior parte do tempo! Mas eu sou uma pessoa que se alegra fácil e fica toda animadinha e, mesmo que a felicidade seja momentânea, ela é super intensa!
As pessoas deveriam ser felizes mesmo. Elas deveriam mesmo.
Sim, eu posso dizer que você me conheceu, mas eu tenho o costume de dizer que, sei lá, eu sou um perigo de pessoa e não presto. É isso que você imagina de mim? Então! Se é, você me super conhece, parabéns! Tá… Não era isso que eu queria que fosse… Mas é melhor alertar antes, não é mesmo?
E esse negócio de amor platônico por pessoas desconhecidas é algo horroroso. Gente conhecida também rola, mas… É mais raro. Eu tenho um caderninho em que eu anoto essas coisas! Sim! Eu tenho o meu amor platônico, então eu faço uma descrição mental e escrevo, pra não esquecer nunca mais. eE eu acho que isso nem passa, sabia? Nem quando você está perdidamente apaixonado esse negócio de amor platônico por gente desconhecida termina. Ontem tive exatos 7 amores platônicos. E o que me alivia é que eu não vou ver nunca mais, porque aí, sabe como é? Medo de virar uma psicopata, dar uma de Giulia Gam em Mulheres Apaixonadas, seguir a pessoa em questão com vááárias perucas… Esqueci o que eu ia dizer. E o que eu escrevo te deixa mais feliz? Caramba, que coisa mais… Feliz! Sentimento de “abalei Bangu” mesmo. E, seu comentário é especial. Sério. Não é merda de frase feita que eu disse pra alegrar você não. É de verdade meishhhmo.
E beijinho pra ti também, guria.