Enquanto estava no ônibus, eu pensava se haveria alguma forma de curar a minha impontualidade nata. Será que a hipnose seria capaz de curá-la? E, de repente, lembrei que alguém disse que eu deveria escrever um livro. Certamente eu não saberia por onde começar ou como estruturar. Minha forma de organizar as coisas é uma bagunça, o que é um reflexo do meu eu interior.
E aí eu pensei que eu não só não escrevi um livro, como também parei de ler livros que não sejam vinculados a vida acadêmica. Parei de ler por prazer. Parei também de ir aos meus lugares favoritos que eu tanto adorava e percebi que a minha vida andava insossa demais. De repente, com um por centro de bateria no celular, me bateu uma vontade imensa de escrever. O ônibus trepidava e eu não poderia rabiscar no caderno.
A única alternativa possível: Desci no próximo ponto e peguei um ônibus em direção ao trabalho, para ter acesso a um computador e assim colocar pra fora todas as histórias que eu deixei de contar. E olha que eu sempre tive um monte de história pra contar. Estou de volta.
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